O dono de quatro restaurantes da Cidade do México que luta junto com seus funcionários para manter o negócio em meio à crise e a restrições; um empreendedor paulistano que decidiu fechar sua academia de crossfit no começo da pandemia, por causa das incertezas; uma estudante que financiava a faculdade de direito em Buenos Aires dançando tango para os turistas que já não chegam; um ator que, depois de ficar sem trabalho, somou-se com sua bicicleta à maré laranja de entregadores do aplicativo Rappi em Bogotá e sofreu dois acidentes. Estas são quatro das outras vítimas da crise do coronavírus na América Latina, as causadas não só pelo vírus, mas também pelas medidas destinadas a enfrentar a emergência sanitária. As economias da região estão na UTI: o freio no consumo cotidiano, o fechamento de fronteiras e a queda do turismo mundial estão mandando milhões de latino-americanos para as estatísticas do desemprego ou precarizaram ainda mais seus trabalhos.
Diferentemente do que ocorreu na Europa e nos países mais ricos da Ásia, tanto os contágios como as quarentenas na América Latina ocorrem num contexto de elevada vulnerabilidade. Um estudo do estatal Banco de la República, da Colômbia, estima por exemplo que dois terços da perda de empregos nesse país podem ser atribuídos “aos efeitos da propagação da doença e ao choque agregado negativo que a economia sofreu”, enquanto o terço restante seria resultante das restrições. E, numa região com altas taxas de pobreza e informalidade trabalhista, a maioria dos habitantes fica de fora das redes de segurança social.
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