por Henry Campos e Nahuan Gonçalves
A finalização do protótipo do capacete de respiração assistida, batizado de Elmo, desenvolvido no Ceará, representa um novo passo para o tratamento de pacientes de Covid-19, uma vez que reduz a necessidade de aparelhos de ventilação mecânica em 60% dos casos. O novo modelo utiliza um mecanismo de respiração artificial não invasivo, sem necessidade do paciente ser intubado, trazendo maior segurança também para os profissionais da saúde.
O Elmo é composto basicamente por três componentes: uma argola rígida, por onde entram os tubos com provimento de oxigênio; uma base flexível de látex ou de silicone, que se ajusta ao pescoço do paciente; e uma coifa de PVC, que é o capacete propriamente dito, montado sobre os outros dois componentes.
Na próxima semana, o Elmo será submetido a testes de usabilidade para avaliar a ergonomia, o que pode determinar pequenos ajustes. Segue-se uma fase de ensaio clínico em pacientes com a Síndrome Respiratória Aguda Grave. Se utilizado hoje, o equipamento cumpriria com a finalidade de dar o suporte ventilatório necessário. O processo que antecede a produção definitiva em escala se completa com a solicitação de registro na Anvisa.
O Elmo é a promessa para desafogar as UTIs, já saturadas de pacientes com Covid-19. Outra vantagem é o baixo custo, que garante facilidade de produção em larga escala. Enquanto uma máquina de ventilação mecânica custa em média R$70 mil, o capacete respirador custa cerca de R$300, podendo ainda ser desinfectado e reutilizado.
O modelo segue um tipo adotado em países da Europa e foi desenvolvido por força-tarefa que envolve o Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde, Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (FUNCAP), além do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-CE) e Federação das Indústrias do Ceará (FIEC).
O capacete possibilita a oferta de uma oxigenoterapia ao paciente, que inala oxigênio puro e não re-inala o CO2 produzido, que não é expelido no ambiente, evitando assim a contaminação dos demais.
Fonte: Marcelo Alcantara, professor da UFC e superintendente da ESP-Ce, e Ariane Cajazeiras, assessora de comunicação da ESP-Ce.