Artigo  publicado na conceituada revista The Lancet neste mês, com mais de quarenta autores, aponta para os links entre mudanças climáticas, obesidade e desnutrição.

Segundo o artigo, a má alimentação é a principal causa de piora na saúde globalmente. Neste contexto, a mudança climática pode ser considerada uma pandemia por causa de seus efeitos devastadores sobre a saúde dos seres humanos e dos sistemas naturais de que dependem.

Assim, os autores se referem à obesidade, desnutrição e mudança climática como “três pandemias” que formam a sindemia global (em inglês, global syndemic), as maiores ameaças à saúde e sobrevivência humana.

O artigo é fruto do trabalho de uma comissão que deveria investigar a obesidade no mundo, mas que se expandiu para abordar o problema incorporando outras dimensões. Como sugestões de recomendações para reduzir o problema da sindemia global, os autores elencam nove propostas. A realidade brasileira contrasta bastante com algumas dessas recomendações, como:

• Fortalecer as alavancas nacionais e internacionais de governança para implementar plenamente ações que foram acordadas através de diretrizes internacionais, resoluções e tratados.

• Reduzir a influência de grandes interesses comerciais no desenvolvimento de políticas públicas para permitir que os governos implementem políticas de interesse público para a saúde das gerações atuais e futuras, do meio ambiente e do planeta.
• Estimular modelos de lucros sustentáveis ​que incluam explicitamente benefícios à sociedade e ao meio ambiente.
• Concentrar a pesquisa sobre os determinantes e ações da sindemia global para criar uma base de evidências e ações sistêmicas, inclusive aproveitando conhecimentos indígenas e dos povos tradicionais para a saúde e bem-estar.

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