O programa Pauta Brasil da última sexta-feira, 20 de maio, convidou convidou três especialistas do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas Trabalho (Napp Trabalho) da Fundação Perseu Abramo para falar como é possível gerar empregos e manter direitos conquistas e ainda lutar por outros perdidos com a reforma trabalhista, por exemplo. Com mediação de Marilane Teixeira, economista e pesquisadora do Cesit-Unicamp, Patrícia Toledo Pelatieri, Lígia Toneto e Rafael Marques abordaram essas questões.

A economista e estudiosa do mercado de trabalho Patrícia Toledo Pelatieri, diretora do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, iniciou o debate levantando três aspectos que considera fundamentais sobre a geração de empregos de qualidade com direitos. O primeiro é que a economia tem de voltar a ser instrumento de um projeto de desenvolvimento, e não pode ser um fim em si mesma, como se vivencia atualmente. Outro ponto é que não se pode pensar em políticas de geração de empregos de qualidade sem crescimento econômico. Por fim, disse que embora se faça muita propaganda ao contrário, O Brasil tem todos os elementos necessários para tocar um projeto de desenvolvimento.

Já a economista e dirigente do PT-SP Lígia Toneto afirmou que o cenário do mundo do trabalho hoje é resultado de uma série de opções que se mostraram erradas até mesmo para os propósitos que elas apontavam. Prometia-se que flexibilizar e piorar a qualidade do mercado de trabalho seria capaz de gerar empregos, ainda que empregos de pior qualidade, mas isso não aconteceu. Isso reflete uma visão míope, segundo a qual barateando-se o custo do trabalho e tornando tudo mais simples para os patrões a vida dos trabalhadores seria mais fácil. Como se o salário fosse simplesmente custo e não um retorno como demanda na economia. “A geração de empregos não é somente resultado do processo de desenvolvimento, ela é parte do processo”, pontuou.

Para o presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento ( TID-Brasil), o sindicalista Rafael Marques, A crise que se instalou no Brasil tem proporções inimagináveis e não é apenas econômica. Ela se acirrou numa crise política e institucional muito forte, causada por enormes desinvestimentos do estado desde o governo Temer. “O setor público e a Petrobras pararam de investir, o BNDES ausentou-se absolutamente da economia brasileira na estratégia de desenvolvimento. Somando-se todas essas condições, o resultado é o crescimento do desemprego”.

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