De acordo com os dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 2019 foi o primeiro ano em que aumentaram as áreas degradadas por queimadas em todos os seis biomas terrestres brasileiros. O programa acompanha estes dados desde 2002.

Naturalmente há anos em que um bioma sofre mais do que outro, seja por ações da natureza ou antrópicas. Mas o fato inédito de todos terem suas áreas mais degradadas em 2019 em relação a 2018, sem que intempéries extremas da natureza tenham ocorrido em todos eles, mostra que o homem foi realmente o fator diferencial neste último ano no aumento do desmatamento em todo o país. São diversos os relatos da população que mora nestas regiões e de profissionais do meio ambiente de que os desmatadores sentiram-se mais empoderados do que nunca no último ano e agiram com maior contundência e violência.

Para além do prejuízo às vidas humanas e à fauna, os resultados das queimadas nos biomas brasileiros podem ser observados no mapa acima. Proporcionalmente, o Pantanal foi o bioma onde a área queimada mais cresceu, foram 20.835 quilômetros quadrados, que corresponderam a um altíssimo aumento de 573% em relação a 2018, a maior proporção de aumento de queimadas desde o início da série histórica destes dados.

Historicamente, o bioma que possui seu território mais afetado pelas queimadas é o Cerrado, e neste último ano não foi diferente, com 148.648 quilômetros quadrados. No entanto, esta área cresceu 74% em relação ao ano anterior. A Amazônia brasileira apresentou o segundo território mais queimado dos biomas, foram 72.501 quilômetros quadrados em 2019, 68% a mais do que no ano anterior. Em média, a área queimada dos biomas brasileiros cresceu 86,2% em 2019, correspondendo a 318.389 quilômetros quadrados, algo como 32 milhões de campos de futebol.

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