Donald Trump, do partido Republicano, será alvo de investigação e possivelmente de um impeachment nos Estados Unidos. A presidenta da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, abriu na terça-feira, dia 24, inquérito formal para investigar se Trump cometeu crime ao pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para levantar informações sobre Joe Biden, que é um dos nomes mais cotados para disputar a Presidência pelos democratas em 2020.

Na transcrição do áudio da conversa entre Trump e Zelensky divulgada nessa quarta-feira, o americano pede ao segundo para ajudar a investigar, conjuntamente com Rudy Giuliani e o procurador-geral William Barr, se Biden esteve envolvido no encerramento de inquérito sobre a empresa de gás ucraniana que seu filho, Hunter Biden, trabalhava. Essa ligação ocorreu logo após Trump congelar 400 milhões de dólares de ajuda para a Ucrânia, dinheiro que já havia sido aprovado pelo Congresso.

A discussão sobre um possível impeachment de Trump não é nova e está presente na sociedade americana praticamente desde o começo do governo, pois o procurador especial, Robert Mueller, investigou por quase dois anos se o presidente e pessoas próximas tinham ligações com hackers russos que invadiram computadores dos democratas durante a campanha eleitoral. No fim, não foram encontradas evidências suficientes para apontar a ligação entre Trump e a Rússia.

A queda de Trump ainda é uma possibilidade muito remota. Para tanto, além do inquérito concluir que ele cometeu crime na ligação com Zelensky, o impeachment teria que passar pela Câmara, de maioria democrata, e pelo Senado, onde estaria o maior empecilho para a oposição, pois é composto por maioria republicana e o impeachment teria que ser aprovado com dois terços dos votos.

A estratégia dos democratas parece muito mais ser a de enfraquecer Trump para as eleições de 2020, do que retirá-lo do cargo efetivamente. As pesquisas eleitorais divulgadas por meios de comunicação mostram um embate acirrado entre o republicano e os candidatos mais cotados dos democratas, Biden e Bernie Sanders, com uma vantagem destes últimos. Entretanto, isso pode ser um tiro no pé e inflar ainda mais a base “trumpista”.

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