Novas vozes do PT: filiados falam sobre suas expectativas
Partido ganha 48,8 mil filiados em 2015, apesar dos ataques da mídia, motivados pela preservação das conquistas sociais
Por: Rose Silva
O Partido dos Trabalhadores ganhou 48,8 mil novos filiados em 2015, uma média de 131 novas adesões por dia. Para cada pessoa que deixou o PT, duas novas filiações foram feitas. Apesar do ataque midiático diário, o ano encerrou com 1.753.044 militantes, segundo dados da Secretaria Nacional de Organização.
A Fundação Perseu Abramo ouviu alguns dos novos filiados a respeito de suas expectativas em relação ao momento político atual e eles foram unânimes em sua motivação: a conquistas sociais possibilitadas pelas gestões do PT não podem correr riscos e precisam ser ampliadas por meio do engajamento e da militância.
O estudante Rodrigo Antônio Urias, de 17 anos, morador de Campinas (SP), pediu sua filiação em novembro após pesquisar a história recente do país e verificar o quanto foi positivo para o Brasil a participação do PT nos vários governos. “Sempre fui muito influenciado pela grande mídia e passei boa parte da vida repetindo os argumentos contra o Partido dos Trabalhadores. Mas fui confrontado por pessoas que defendem e acreditam no Partido por ser progressista e busquei informações. Isso me convenceu a ser militante. Hoje desejo ajudar a mudar a história do país com o PT”, relata.
Já a mestranda em Enfermagem Natália Castro Nascimento, de 26 anos, moradora da capital paulista, decidiu filiar-se justamente por conta da conjuntura adversa que o PT atravessa. “Sempre votei no PT, fui simpatizante, mas não tinha uma militância mais ativa. Mas neste momento acho que o Partido tem um grande desafio e muitas contradições a serem enfrentadas, que podem colocar em risco o que conquistamos ao longo do tempo. O ajuste fiscal, por exemplo, contradiz o que a gente espera. Por isso me filiei, pois acredito que posso fazer algo a respeito”, diz.
O morador de Florianópolis (SC) Maurício de Conti Carvalho, de 23 anos, vai além da defesa do patrimônio político e social conquistado e se mostra bastante otimista com os rumos do PT. Filho de pais petistas e criado dentro dos diretórios, ele afirma que a crise atual contribui muito para que as pessoas percebam que em política não há magia e considera isso positivo. “Os ataques que o PT vem sofrendo indicam que se deve fazer política onde o povo está e que a reforma política é essencial para uma transformação real e positiva no Brasil”.
Ele conta que se filou ao Partido dos Trabalhadores porque visa democratizar a política. “Apesar do cenário nacional não ser tão animador, aqui em Santa Catarina as condições são diferentes e muito favoráveis ao PT”, avalia.
O desejo de preservar os benefícios conquistados pelas classes sociais menos favorecidas e contribuir para o projeto político do PT foi o que levou o advogado e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Baturité (CE), Felipe Barbosa Pinheiro, de 33 anos, a pedir sua filiação no ano passado. “As investidas contra o PT vêm de uma elite burocrata, que tem medo de que o projeto de justiça social prevaleça em 2018. Meus pais são da esquerda, sempre fui simpatizante do PT e creio que o partido precisa de mais gente disposta a defendê-lo”, diz.