Dados divulgados nos últimos dias apontam para um momento de redução do ritmo de deterioração da economia
Ano 3 – nº 334 – 26 de novembro de 2015
ECONOMIA NACIONAL
Melhora do setor externo e da confiança são boas notícias em meio a crise:os dados divulgados sobre o setor externo e sobre a confiança do comércio, do consumidor e da construção civil nos últimos dias apontam para um momento de redução do ritmo de deterioração da economia. O resultado em transações correntes de outubro, divulgado nesta manhã pelo Banco Central (BC), apontou déficit de US$ 4,166 bilhões, menor que os US$ 4,9 esperados pela autoridade monetária. Com este resultado, o déficit em transações correntes alcançou o volume de 4,02% do PIB em doze meses, devendo encerrar o ano próximo a 3,7% do PIB, ou US$ 65 bilhões. Caso este resultado se confirme, quase a totalidade do déficit deste ano será financiado pela entrada de Investimentos Diretos no País (IDP), considerado um perfil de financiamento estável e menos volátil. Estes investimentos somaram US$ 6,7 bilhões em outubro, acima dos US$ 5,7 bilhões estimados pelo BC. Já no campo das expectativas, a divulgação de pesquisas de confiança no comércio, na construção e dos consumidores apontou para recuperação da confiança, após diversos meses de queda. A confiança do comércio, por exemplo, cresceu 7,5% em novembro para 65,9 pontos, após cinco quedas consecutivas. A confiança do consumidor, por sua vez, avançou 1,3% entre outubro e novembro, passando de 75,7 para 76,7 pontos. Apesar da recuperação, é cedo para dizer que isto representa uma retomada da confiança, sendo prudente analisar estes resultados apenas como uma interrupção momentânea da tendência de deterioração verificada no ano.
Comentário: A melhoria das contas externas brasileiras é o grande legado positivo do ano e do processo de ajuste em curso. Ela decorre, no entanto, de fatores que não merecem maiores comemorações: a queda nas importações e dos gastos no exterior (dada a recessão e o câmbio desvalorizado) e a manutenção de IDP, com o objetivo de comprar participação em empresas brasileiras em dificuldade. As exportações ainda reagiram pouco ao câmbio e não se mostram capazes de configurar um canal de retomada do crescimento econômico, assim como havia ocorrido em 2003 e que era esperado que ocorresse atualmente por um grupo de economistas novo-desenvolvimentistas. Aparentemente, o câmbio mais desvalorizado é condição necessária mas não suficiente para a retomada do crescimento, tendo impacto muito maior em proteger o mercado interno do que em promover a inserção dos produtos brasileiros nos mercados estrangeiros, fato que depende de uma série de outros fatores para além do câmbio (política industrial, comercial, inovação, posição nas cadeias produtivas globais, etc). Pelo lado das expectativas, o fato delas terem parado de cair pode ser reflexo do avanço que o governo teve nas últimas semanas na articulação política, fazendo transparecer um discurso de que o “ajuste” estaria quase completo (do ponto de vista legislativo) e que uma agenda de “crescimento” estaria sendo pensada. O abalo no cenário político recente, no entanto, pode provocar nova paralisia no Congresso Nacional, levando a nova deterioração das expectativas caso não devidamente superado.
AGENDA DO DIA
EVENTO
HORÁRIO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
Transações Correntes/Brasil
10h30
Bacen
Confiança do consumidor/Brasil
9h
CNI
* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de seu autor, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
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