Senador Lindbergh fala sobre ‘Por um Brasil Justo e Democrático’ à tevêFPA
Conversa aconteceu após reunião em que o congressista discutiu o documento com parlamentares. Leia ou assista à entrevista
Por David da Silva Jr.
Em 26 de outubro, as entidades que produziram Por um Brasil Justo e Democrático promoveram o lançamento do documento em Brasília. No dia seguinte, o senador Lindbergh Farias organizou uma reunião entre parlamentares no gabinete do senador Roberto Requião para discutir o documento. Ao fim da reunião, Lindbergh conversou com a tevêFPA.
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– Mudar para sair da crise – Alternativas para o Brasil voltar a crescer (Vol. I)
– O Brasil que queremos – Subsídios para um projeto de desenvolvimento nacional (Vol. II)
Leia ou assista a entrevista:
FPA – Qual é a importância do documento Por um Brasil Justo e Democrático e da reunião da qual você acaba de sair?
Lindbergh Farias – Eu acho que o manifesto está tendo um papel enorme e essa reunião aqui no Senado foi muito importante, porque não foi uma reunião só de senadores de esquerda, do PT; foi no gabinete do senador Roberto Requião, do PMDB, e tivemos um debate com senadores dos mais diversos partidos. Tivemos a presença do senador Blairo Maggi, que é um senador e um grande empresário brasileiro falando da preocupação dele com a recessão e com a falta de crédito para investimento no país.
Eu acho que tomamos um encaminhamento muitíssimo interessante, que é de tentar fazer uma reunião também entre os economistas que formularam este documento e um setor importante do empresariado nacional que concorda que o centro da estratégia tem que ser a recuperação econômica e a preservação do emprego. Nós não podemos ficar no samba de uma nota só do ajuste fiscal: cortes, cortes e cortes. E eles acham também que nós temos que destravar nossa economia. Nós estamos indo para um cenário de aprofundamento da recessão.
Esse encaminhamento foi muito importante. Nós queremos marcar uma reunião em São Paulo. O senador Blairo topou participar, mas com outros grandes empresários do Brasil, que topam entrar nessa discussão e nessa agenda da retomada do crescimento econômico. É claro que poderia haver discordância sobre alguns pontos do nosso manifesto, que foi lançado pela Fundação Perseu Abramo e outras entidades. Mas é fundamental que neste momento um setor do empresariado se unifique também em torno de alguns pontos, como baixar a taxa de juros e a necessidade de crédito para recuperar o investimento do país.
FPA – O objetivo agora é voltar a crescer?
Lindbergh Farias – É voltar a crescer. É uma maluquice o que está acontecendo no Brasil: estamos tendo um ajuste fiscal violentíssimo, mas infelizmente a situação fiscal piorou muito. Piorou porque a economia está em recessão, o que diminuiu a arrecadação e porque junto com isso temos uma política monetária esquizofrênica: nossa taxa de juros é a maior do mundo, nós vamos consumir este ano mais de 500 bilhões de pagamento de juros da dívida – o que significa algo em torno de 45% do orçamento; para se ter uma ideia, o orçamento da saúde é de 100 bilhões – e está paralisando a economia.
Então, o centro da estratégia, volto a dizer, não é ajuste fiscal: tem que ser a retomada do crescimento. Até porque, a situação fiscal só melhora quando a economia cresce. A dívida nunca caiu tanto quanto no governo do presidente Lula, caiu de 60% do PIB para 35% do PIB. Por quê? Porque a economia cresceu! No governo Fernando Henrique Cardoso, teve um aperto fiscal grande e a dívida subiu para 60%. Então, não é assim. Para ter uma melhora da situação fiscal, é preciso crescer, e infelizmente hoje o cenário da nossa economia é muito ruim e nós temos pressa, porque não podemos deixar o desemprego chegar a 10% ou 11%.
Saiba mais:
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– Nota conjunta das entidades que organizaram o documento “Por um Brasil Justo e Democrático”
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