Apesar de alta mensal, resultado de setembro foi menor que o mesmo mês de 2014, com acumulado de 9,49% em 12 meses

FPA Informa - Conjuntura 321

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Ano 3 – nº 321 – 07 de outubro de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL
IPCA volta a cair no acumulado de 12 meses: O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgado na manhã desta quarta-feira, registrou alta de preços da ordem de 0,54% em setembro, um avanço frente aos 0,22% de agosto. Apesar da alta mensal, o resultado de setembro foi menor que o verificado no mesmo mês de 2014 (quando havia apresentado elevação de 0,57%), fazendo com que o acumulado de 12 meses da inflação ficasse em 9,49%, menor que os 9,53% registrados no mês anterior. O principal fator que explicou a alta dos preços foi o reajuste do preço do gás de cozinha, que ficou 12,98% mais caro e representou 26% do resultado do IPCA de setembro. Devido a este reajuste, o grupo habitação apresentou elevação de preços de 1,3% no mês, seguido pelo grupo transportes (0,71%), afetado particularmente pela alta de 23,13% nas passagens aéreas. O índice de difusão, que mostra quantos preços apresentaram elevação no período, ficou em 66,5%, sendo 65,1% se desconsiderarmos os alimentos.
Comentário: Mesmo diante da recente desvalorização cambial, a inflação brasileira parece voltar ao ritmo de alta condizente com a banda superior da meta inflacionária, como havia sido regra nos últimos anos do governo Dilma. Em 2015, o resultado ficará próximo de 9,5% devido particularmente ao reajuste de diversos preços administrados no início do ano e à desvalorização acentuada da taxa de câmbio, que encarece os produtos cotados em dólar (como passagens aéreas, gás, importados em geral etc.). Como não deve haver novo choque das tarifas públicas em 2016 e uma vez estabilizado um novo patamar de taxa de câmbio, a inflação tende a apresentar uma rápida redução no acumulado de 12 meses, em particular no primeiro trimestre do próximo ano, uma vez que parte relevante da inflação de 2015 se concentrou nos meses iniciais do ano. O cenário recessivo contribui para manter a inflação contida e reduzir o espraiamento dos aumentos de preços setoriais, evitando parcialmente os efeitos dos mecanismos de indexação ainda presentes na economia brasileira. O custo social deste “mecanismo” de combate à carestia, no entanto, não justifica sua utilização, uma vez que existem outras formas de combate à inflação mais gradualistas, que não impõem um ônus tão grave a população.
 
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