Taxa de desemprego medida pela Pnad contínua apresentou elevação no trimestre encerrado em julho, registrando 8,6%

FPA Informa - Conjuntura 318

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Ano 3 – nº 318 – 30 de setembro de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL

Desemprego sobe puxado por aumento na procura por trabalho: A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios contínua (Pnad) apresentou elevação no trimestre encerrado em julho, registrando 8,6% contra 8% no trimestre anterior e 6,9% no mesmo período de 2014. A quantidade de pessoas ocupadas apresentou crescimento de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado, tendo se mantido estável em relação ao trimestre encerrado em abril. Já a população desocupada aumentou 26,6% na comparação com o mesmo período de 2014 e 7,4% em relação a abril. Com isso, o chamado nível de ocupação da população em idade ativa caiu de 56,3% em abril para 56,1% no trimestre encerrado em junho. A renda média real do trabalho registrada em julho (R$ 1.881) apresentou estabilidade em relação a abril e pequena alta de 0,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Comentário: O aumento do desemprego é uma consequência esperada de uma economia em recessão. Nesta situação, além da redução no ritmo de geração de novas vagas de trabalho (com corte de postos em vários setores da economia), parte significativa da população em idade ativa retorna ao mercado de trabalho em busca de oportunidade. Ou seja, aqueles jovens que estavam estudando ou os mais velhos que haviam saído do mercado retornam em busca de emprego para ajudar a família. Com isso, mais de 2 milhões de pessoas retornaram ao mercado, ampliando assim os níveis de desocupação. Na realidade, parte dos economistas liberais defendem abertamente o aumento do desemprego como forma de reduzir salários reais, o que segundo eles será o principal fator para recuperar a taxa de crescimento no futuro, já que o custo de produção será mais baixo. Obviamente, a queda nos salários, ao mesmo tempo que reduz o custo de alguns setores trabalho-intensivos, também reduz a demanda agregada da economia, retirando qualquer incentivo ao investimento e aprofundando o cenário recessivo. Sendo assim, a reversão da recessão atual passa necessariamente por proteger o emprego e a renda das famílias, fator fundamental para garantir o dinamismo do mercado interno e promover a volta do crescimento econômico no médio prazo.

 
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