FPA e FES realizam debate sobre políticas de inovação em países emergentes
Evento no dia 23 de setembro abordou, a partir de uma experiência alemã, os caminhos para fomentar pesquisa e políticas públicas da área
Por David da Silva Jr.
Na quarta-feira, dia 23, as fundações Perseu Abramo (FPA) e Friedrich Ebert (FES) realizaram o debate Políticas de Inovação: desafios para os países emergentes, parte de um esforço conjunto das duas instituições para contribuir na análise da conjuntura econômica brasileira.
Estiveram presentes Wolfgang Tiefensee, ministro da Economia da Turíngia, Alemanha; e Américo Tristão Bernardes, diretor do Departamento de Infraestrutura para Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. Além dos dois debatedores, compuseram a mesa Iole Ilíada, vice-presidenta da FPA, e Thomas Manz, presidente da FES.
Tiefensee tratou da experiência de criação e gestão de políticas públicas em seu estado, a Turíngia. Segundo ele, é fundamental investir em uma educação que forme empreendedores, para que estes possam desenvolver inovações nas mais diversas áreas.
O ministro falou também da importância do Estado investir na ciência de base, fazendo com que as universidades e institutos de pesquisa públicos façam descobertas que sirvam de ponto de partida para o desenvolvimento tecnológico, este podendo ser promovido pelo setor público, setor privado ou através de parcerias.
Para ele, as inovações sofrem influência e influenciam também as relações de trabalho, que tendem a uma mudança constante e em breve estarão radicalmente diferentes das que observamos hoje. Além disso, Tiefensee afirmou a importância da proteção de dados.
Já Bernardes iniciou por se perguntar “onde fazer cortes em um momento de ajuste fiscal?”. E, partindo desta, apontou alguns problemas secundários que sempre fazem parte da pauta de discussões em momentos como o que vivemos, como “um país subdesenvolvido pode se dar ao luxo de investir em ciência básica, pós-graduação e ensino superior, ou o Brasil deveria investir apenas em educação básica, melhorando as condições desta?”.
Para responder a estas perguntas, Bernardes seguiu tratando do Sistema Nacional de Inovação. Segundo ele, a ciência de base está para o desenvolvimento como as turbinas estão para um avião: se retiradas durante o voo, o avião pode até planar por um tempo, mas seguramente vai cair. Portanto, ele vê o investimento em ciência de base como necessário e estratégico.
Entretanto, para os países subdesenvolvidos, é muito mais difícil fazer este tipo de investimento. Segundo Bernardes, não adianta estes importarem fórmulas dos países desenvolvidos, ou seja, precisam encontrar respostas próprias para o problema do baixo investimento em inovação.
Clique aqui e confira a apresentação exposta por Bernardes.
Ambos trataram de diversos outros assuntos que você pode conferir no vídeo abaixo: