Prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou alta no mês de julho, após registrar cinco quedas consecutivas

FPA Informa - Conjuntura 294

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Ano 3 – nº 294 – 21 de julho de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL

Confiança da indústria volta a subir após cinco meses de queda: A prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou alta no mês de julho, após registrar cinco quedas consecutivas. De acordo com o indicador preliminar, o ICI apresentou alta de 0,6% na comparação mensal com junho, registrando 68,5 pontos (onde qualquer valor abaixo de 100 indica contração). Segundo a FGV, este resultado foi influenciado principalmente pela melhoria no Índice de Expectativas (IE), que avançou 3%, alcançando a marca de 68 pontos. Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA) permaneceu em queda, tendo recuado 2% e atingido a marca de 69 pontos. Por fim, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) apresentou avanço de 0,3%, partindo de 78,2% em junho para 78,5% em julho.

Comentário: Podem ser vislumbrados três momentos claros de ruptura nas expectativas empresariais nos últimos anos no Brasil. Após uma rápida recuperação pós-crise de 2009, a confiança industrial se manteve em níveis elevados até o início do primeiro governo Dilma, quando sofreu uma retração com o ajuste recessivo promovido pelo governo em seu início de mandato. Esta queda foi revertida, a partir de meados de 2011, quando o governo adotou uma postura mais “industrialista”, priorizando o investimento privado. O cenário de recuperação da confiança se mantém até meados de 2013, quando sofreu uma abrupta queda (inclusive quebrando a barreira dos 100 pontos e indo para o campo “negativo” durante alguns poucos meses), em decorrência da incerteza política provocada pelas manifestações de junho daquele ano. Superada a crise política daquele ano, a confiança volta a apresentar queda vertiginosa em meados de 2014, ao longo da campanha presidencial, onde a incerteza política reinava mais uma vez. Curiosamente, a eleição de Dilma e o final de 2014 marcaram um momento de estancamento do processo de queda, com as expectativas apresentando leve recuperação após o período de grande queda. Porém, assim que a presidenta anunciou seu novo ministério e os novos rumos propostos para a economia, as expectativas voltam a desabar, ficando em patamares inferiores aos verificados no pior momento da crise de 2009. Resta saber se a atual reversão na tendência de queda das expectativas veio para ficar, marcando um novo ponto de inflexão (ou mesmo um patamar de sustentação) após os abalos do ajuste fiscal e monetário já terem sido devidamente incorporados nos planos dos empresários.
 
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