O IndustriALL Global Union, federação de trabalhadores que mantém 55 milhões de filiados de 140 países, enviou no dia 29 de junho, carta aberta aos senadores brasileiros em defesa da Petrobras e do modelo de partilha de exploração do pré-sal.

“Nós no movimento sindical nos opomos à privatização dos recursos naturais porque eles devem servir aos povos”, afirma a carta assinada pelo secretário-geral da federação, Jyrki Raina. “E assim estamos contra à redução do papel da Petrobras no pré-sal”, diz, em referência ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/2015, de autoria de José Serra (PSDB-SP), que pretende derrubar o artigo 10 da lei de 2010, segundo o qual a participação mínima da empresa estatal nos consórcios de exploração não pode ser inferior a 30%. Serra quer “liberar” a estatal da função de operadora única do pré-sal.

“Esse plano e projeto de lei favorecem mais as multinacionais no exterior do Brasil. Porém, a Petrobras deve ser fortalecida e não enfraquecida”, afirma a carta. A ação contra a exploração predatória e a sustentabilidade também estão no foco da carta. “A Petrobras como operadora única do pré-sal é uma conquista do povo brasileiro. No sentido da sustentabilidade, a PeIndustriAll envia carta aberta aos senadores brasileiros em defesa da Petrobras e contra projeto entreguista de Serra.

O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), também saiu em defesa da empresa. Ele disse que defenderá amanhã (30), durante sessão temática para discutir a exploração do pré-sal, a manutenção das regras atuais, com a participação mínima de 30% da Petrobras nas licitações. “A posição do governo é manter o projeto do pré-sal como ele está hoje”, disse Delcídio, ao sair de reunião com o presidente da República em exercício, Michel Temer, para discutir as pautas de interesse do governo no Congresso nesta semana.

No debate, os senadores vão ouvir especialistas, acadêmicos e representantes da Petrobras, do Ministério de Minas e Energia e do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, entre outros. “Será um debate aberto, mas a posição do governo é não mudar nada daquilo que votamos quando do advento do pré-sal, o conteúdo nacional, a partilha e os 30%. Essa é a posição do governo”, reiterou Delcídio.

Fonte: Rede Brasil Atual com Agência Brasil

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