No acumulado de doze meses, a produção industrial tem queda de 4,7%
Ano 3 – nº 272 – 6 de maio de 2015
ECONOMIA NACIONAL
Indústria segue em queda no mês de março:Após já ter recuado 1,3% em fevereiro, a produção industrial no Brasil registrou novo recuo de 0,8% em março, em linha com a projeção média dos analistas de mercado. Como de costume em momentos de desaceleração, o setor que liderou a queda foi o de bens de capital (-4,2%), seguido pelo setor de bens de consumo duráveis (-3,1%). Estes setores foram afetados pela queda na produção de caminhos e automóveis (-4,2%), assim como pela desaceleração em setores como eletrônicos e óptícos (-8,1%). Os bens intermediarios (-0,2%) e semi e não duráveis (-0,3%) também apresentaram queda, devido a desaceleração recente da economia. No acumulado de doze meses, a produção industrial tem queda de 4,7%, com queda acumulada de 5,9% apenas no primeiro trimestre de 2015.
Comentário: O cenário recessivo que tomou conta da economia brasileira desde o ano de 2014, porém mais profundamente a partir do início deste ano, explica em grande medida o desempenho negativo do setor industrial. A combinação de juros em elevação, aumento de impostos diversos (que elevam e a inflação e reduzem a renda disponível da população), redução dos investimentos públicos e paralisações decorrentes da operação Lava-Jato conformaram um cenário onde a já historicamente debilitada indústria brasileira deve aprofundar sua trajetória negativa. A desvalorização cambial recente, apesar de insuficiente, pois apenas retoma o patamar de câmbio real efetivo de meados da década de 1990, pode surtir algum efeito em alguns setores mais dinâmicos e voltados para a exportação, mas apenas no médio a longo prazo, e a depender da dinâmica dos mercados externos, tendo em vista a instabilidade da taxa de câmbio e a pouca clareza do governo acerca da utilização consciente deste instrumento na definição estratégica de desenvolvimento nacional. A esperada recuperação das expectativas empresariais, neste cenário profundamente recessivo, não dá sinais de ter se consolidado, mesmo após cinco meses de gestão econômica ortodoxa. A esperança de alguns analistas de que o rebaixamento de salário e a redução do déficit público possam despertar o espírito animal dos empresários e fazê-los investir parece cada dia mais distante de se confirmar, dando lugar ao cenário onde estes mesmos fatores debilitam o mercado interno e retiram qualquer incentivo ao investimento empresarial. Redobrar a aposta na estratégia recessiva atual, aumentando os cortes de investimentos públicos e prosseguindo no aumento das taxas de juros, deve apenas aprofundar a crise da indústria, sem apontar parar “portas de saída” críveis para o setor e a economia brasileira como um todo.
AGENDA DO DIA
EVENTO
HORÁRIO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
Produção industrial/Brasil
9h
IBGE
PMI Composto/Brasil
10h
FGV
Criação de vagas/EUA
9h15
BACEN
PMI Composto/Europa
5h
EuroStat
* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de seu autor, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
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