Temas atuais como reforma política, organização das mulheres nas cidades e no campo, e a trajetória do feminismo na pauta do programa

O dia internacional de luta das mulheres, celebrado todos os anos em 8 de março, tem suas origens ligadas às lutas das mulheres socialistas e aos enfrentamentos relacionados ao direito ao voto. Por isso, “não é uma data feita para presentear as mulheres ou distribuir flores. Nós tentamos desconstruir isso porque é um dia de celebração de nossa força e luta”, explicou Nalu Faria, militante feminista, em sua participação no programa entrevistaFPA, nesta quarta-feira, 11. Nalu é psicóloga, coordena a Sempreviva Organização Feminista (SOF), e tem longa atuação no movimento de mulheres e no Partido dos Trabalhadores (PT).

Acompanhada por Luciana Mandelli, diretora da FPA, e pela pesquisadora da Universidade Federal do ABC (UFABC), Ana Mesquita, Nalu falou sobre a trajetória do feminismo no Brasil, e a partir dos comentários e perguntas de internautas, deu sua opinião sobre temas como violência doméstica, a Lei Maria da Penha, participação política das mulheres, trabalho, renda e escolaridade, divisão sexual do trabalho, presença das mulheres na academia, as ondas e avanços do feminismo e suas pautas, do início do movimento até os dias atuais.

Trajetória do feminismo no Brasil na pauta do entrevistaFPA

Nalu também destacou as comemorações do 8 de março no ano 2000: “foi importante porque lançamos a Marcha Mundial das Mulheres. A Marcha agregou, naquele momento, ativistas de 159 países, unidas na luta contra a violência e pobreza. Levou esse debate organizadamente a diversas regiões do planeta e seu poder de mobilização e sensibilização faz com que a Marcha siga, nos dias atuais, como uma organização internacional atuante e respeitada”, ressaltou.

“Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres” é o eixo que movimenta, em 2015, a 4ª ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres, lançada no 8 de março. Com esta ação, pretendem “fortalecer a defesa dos ‘territórios das mulheres’, que são compostos por seus corpos, pelo lugar onde vivem, trabalham e desenvolvem suas lutas, as relações comunitárias e sua história”. Saiba mais sobre a ação internacional aqui.

Reforma política e da mídia também são tema das mulheres

Nalu ainda debateu temas atuais como reforma política, organização das mulheres nas cidades e no campo, o papel das mulheres na sustentabilidade da vida e a necessidade de “repensar as formas do trabalho doméstico. As mulheres que cuidam sozinhas de seus filhos têm jornada de trabalho doméstico menor do que as que são casadas. Ou seja, elas trabalham por seus maridos também”, relatou. E perguntada se o conservadorismo do atual Congresso Nacional atrapalhará as demandas das mulheres, Nalu foi categórica: “esse modelo de representação política está esgotado, por isso lutamos pela reforma política, mas já arrancamos vitórias de congressos mais conservadores no passado. No entanto, precisamos de mobilização”, concluiu.

Assista abaixo a íntegra do programa entrevistaFPA com Nalu Faria:

 

 

Fotos: Sérgio Silva

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