Com este aumento, a Selic volta ao patamar de janeiro de 2009 e se mantém como uma das maiores taxas de juros do mundo

FPA Informa - Conjuntura 251
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Ano 3 – nº 251 – 5 de março de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL
COPOM aumenta juros em 0,5% atento à cambio e expectativa de inflação: Em reunião finalizada na noite desta quarta-feira, 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade aumentar a taxa de juros brasileira (Selic) em 0,5%, levando-a para o valor de 12,75% ao ano. Com este aumento, a Selic volta ao patamar de janeiro de 2009 e se mantém como uma das maiores taxas de juros do mundo. No comunicado distribuido a imprensa após a decisão, não há nenhuma indicação dos próximos passos do Copom, apenas aponta que ele está avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para inflação, mas já se formou um certo consenso no mercado de que uma nova alta de 0,5% na próxima reunião será inevitável. Em recente entrevista, o diretor do Banco Central, Luiz Awazu, demonstrou preocupação com a trajetória cambial, apesar das recentes declarações do presidente Alexandre Tombini de que o canal de transmissão do câmbio para os preços no Brasil é menor hoje do que no passado.
Comentário: A recente desvalorização cambial, fruto tanto de uma mudança de postura do Banco Central acerca das intervenções no mercado de câmbio, por meio da redução da oferta de moeda estrangeira no futuro através das operaçãos conhecidas como “swaps”, e da exacerbação dos riscos políticos, em particular o risco de não aprovação do pacote fiscal, fez com que as autoridades monetárias demonstrassem publicamente preocupação com a trajetória dos preços em 2015, já pressionada pelos aumentos de tarifas de serviços público, como energia e transportes. A estimativa de desvalorização cambial atingiu também as expectativas inflacionárias, com elevação da inflação esperada para 2015, hoje em torno de 7,5% ao final do ano, e aumento das taxas de juros longas para compensar a perda real nos rendimentos causado por este fenômeno. Dada esta conjugação de fatores, na qual é possível acrescentar o risco de elevação das taxas de juros americanas e a crise da Petrobras como ingredientes adicionais, a elevação da taxa de juros funciona como uma forma de garantir rendimentos reais elevados para o capital, evitando assim novas rodadas de desvalorização cambial e o recrudescimento da inflação. O resultado no nível de atividade, no entanto, pode ser visto nas perspectivas de recessão para 2015, que avançam diariamente e prejudicam inclusive os planos do governo de promover um ajuste fiscal rigoroso, tendo em vista a redução das receitas com impostos devido à queda na atividade.
 
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* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade do seu autor, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
 
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