OIT: tendências globais do emprego em 2015
A economia mundial continua a se expandir a taxas bem menores que antes da crise global e não tem sido capaz de fechar os hiatos sociais e no emprego que surgiram a partir daí, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o estudo, o crescimento continua frágil devido, entre outros fatores, à falta de demanda agregada, crescimento da desigualdade, queda do crescimento da força de trabalho e estagnação na zona do Euro.
Segundo estimativas, se fosse seguida a tendência pré-crise, teríamos 61 milhões de empregos a mais em 2014. O emprego global cresceu a uma média de 1,7% ao ano entre 1991 e 2007, mas somente 1,2% de 2007 a 2014 e, em 2014, a taxa de desemprego global atingiu 5,9%, tendo caído significativamente nos Estados Unidos, Reino Unido e em menor escala em outros países da União Europeia (a previsão é de alguma melhora nessa região). Na América Latina e Caribe, diversos países têm sofrido aumento do desemprego, contrastando com as taxas altas de criação de emprego anteriores. Seguindo a tendência atual, o desemprego global continuará a crescer com a expansão da força de trabalho.
Essa escassez de empregos também se reflete em participações mais baixas no mercado de trabalho da população em idade ativa: a participação da força de trabalho hoje ainda é 0,7% mais baixa que em 2007. As tendências de longo prazo mostram uma redução ainda maior até 2030. Por outro lado, a redução da pressão no mercado de trabalho pode ajudar a reverter tendências de uma queda da participação salarial no produto. Nas economias emergentes, no entanto, as taxas de participação têm caído como resultado de aumento da educação e redução da participação das mulheres no mercado de trabalho devido a efeitos de renda, segundo o estudo.
O crescimento global dos salários também não recuperou seus níveis pré-crise, tendo inclusive declinado em países como a Grécia, Espanha e Reino Unido. A combinação de baixo crescimento do emprego e dos salários contribuiu ainda para diminuir a participação dos salários em muitos países e para aumentar a desigualdade. Assim, em nível mundial, as perspectivas para o emprego para 2015 e anos vindouros, segundo o relatório, não são promissoras.
|