FPA Informa 213 – FED encerra estímulo monetário e BC brasileiro eleva juros em resposta

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30 de outubro de 2014
ECONOMIA NACIONAL
FED encerra estímulo monetário e BC brasileiro eleva juros em resposta: O Banco Central dos EUA, Federal Reserve (FED), decidiu na tarde de ontem encerrar o programa de estímulos monetários que vinha adotando há cinco anos para ajudar na recuperação da combalida economia norte-americana. O fim dos estímulos já era previsto pelo mercado, mas sua confirmação por parte de Janet Yellen, presidente do FED, deve fazer com que as taxas de juros dos títulos da dívida americana se elevem, já que os bilhões de dólares do programa de estímulo monetário (conhecido como Quantitative Easing) eram utilizados para a compra desses títulos de maturidade mais longa. Em resposta à decisão do FED, o Banco Central brasileiro decidiu na noite de ontem elevar 0,25 ponto percentual a taxa de juros básica nacional, Selic. Com isso, os juros brasileiros chegam a 11,25%, o que ajudará a manter igual a diferença entre os juros brasileiros e americanos, impedindo assim movimentos de fuga de capitais que causam desvalorização na taxa de câmbio.
Comentário: O fim dos estímulos nos EUA deve gerar uma movimentação, mesmo que de curto prazo, de capitais do resto do mundo em direção aos mercados financeiros dos EUA. Isso ocorre por que as taxas de juros dos títulos americanos devem subir, atraindo investidores dado que é o título mais seguro do mundo. Como a taxa de câmbio brasileira já estava pressionada (desvalorizada) devido às incertezas do período eleitoral, permitir um novo movimento de desvalorização poderia gerar instabilidade excessiva e afetar a inflação dos próximos meses. É isso que se depreende do comunicado inicial do BC que fala em “intensificação dos ajustes de preço relativo”, dando a entender que o câmbio (o preço relativo central da economia) é o alvo da decisão. Sendo assim, a decisão preventiva do BC brasileiro de elevar 0,25 ponto percentual a taxa de juros parece correta, desde que não venha acompanhada de novas elevações com o objetivo de valorizar o câmbio novamente para conter a inflação ou de ajustes fiscais severos e recessivos. A utilização destes mecanismos de combate à inflação já foi praticada no passado e, apesar de conseguirem debelar pressões inflacionárias de curto prazo, tem um custo enorme para a atividade e emprego no país.
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