Em novembro deste ano fará dez anos Celso Furtado morreu. A viúva do economista, Rosa Freire D’Aguiar, está à frente do Centro Celso Furtado, desenvolvendo um trabalho de preservação documental, e publicação, tanto dos escritos do Celso quanto de trabalhos a respeito dele.

Neste mês de setembro, Rosa está lançando um livro, organizado por ela,  composto em sua grande parte de textos inéditos do Celso Furtado. Trata-se do “Anos de Formação- 1938-1948 – o jornalismo, o serviço público, a guerra, o doutorado”, com coedição Centro Celso Furtado e Contraponto.

O livro tem textos de um Furtado ainda muito jovem, com vinte e poucos anos, mas já apontando para a sensibilidade de análise, a acuidade e a lucidez que vieram se aprofundar nos ano posteriores. Ele escreve sobre música, dança, teatro, em textos escritos para um jornal da época, A Semana.

A obra contém também cartas, inéditas, muitas guardadas pela mãe do economista, nas quais Furtado relata, dentre outros acontecimentos, o período em que serviu durante a guerra na Itália.

O livro também inclui realtos do período pós-guerra, no qual Furtado vai morar e estudar em Paris, por meio de cartas que ele envia para a família, para amigos do Brasil e da Europa, qualificando o ambiente intelectual e social de então.

Rosa Freire d’Aguiar explica em sua apresentação de Anos de formação que, depois de ter organizado os cinco volumes da coleção “Arquivos Celso Furtado”, considerou pertinente, neste ano em que se completam dez anos do falecimento de Celso Furtado, divulgar trabalhos inéditos de sua juventude capazes de enriquecer as pesquisas que vêm sendo feitas a seu respeito por estudiosos não só de economia como de ciência política, relações internacionais e cultura.

Centro Celso Furtado lança "Anos de Formação- 1938-1948 - o jornalismo, o serviço público, a guerra, o doutorado"

Celso Furtado, em Paris, em maio de 1945

Na obra Rosa reuniu, entre outros documentos, todas as reportagens do jovem jornalista, tanto no Rio de Janeiro como as enviadas da França, Inglaterra, Tchecoslováquia e Iugoslávia; os primeiros trabalhos sobre administração pública, planejamento e ciência política; o diário de guerra; os manuscritos que dão conta do ambiente intelectual europeu no pós-guerra. Um destaque especial merecem as cartas de Celso Furtado, nas quais perpassam as descobertas, paixões e amizades de seus anos de formação.