IGP-M permanece negativo na prévia de agosto e sinaliza para inflação baixa no mês

FPA Informa 186 – IGP-M permanece negativo na prévia de agosto e sinaliza para inflação baixa no mês

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11 de agosto de 2014
ECONOMIA NACIONAL
IGP-M permanece negativo na prévia de agosto e sinaliza para inflação baixa no mês: A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), calculado pela FGV, apresentou nova deflação na primeira leitura do mês de agosto, registrando queda de 0,31% nos preços pesquisados. A baixa continua sendo liderada pelos preços no atacado, que representam 60% do índice e registraram queda de 0,56% na primeira leitura do mês, contra deflação de 0,87% em igual período de julho. A deflação nos produtos agropecuários chegou a 1,03%, o que mantém a trajetória de queda dos preços registrada em julho (-1,62%), enquanto os produtos industriais apresentaram queda nos preços de 0,39% (contra queda de 0,60% em julho). O Índice de Preço ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, apresentou estabilidade, subindo apenas 0,03%, uma queda em relação ao 0,16% registrados em mesmo período do mês de julho.
Comentário: A desaceleração inflacionária é uma realidade no país, parcialmente ligada à desaceleração da atividade econômica e em parte relacionada às boas safras do meio do ano, que reduzem as pressões de preço sobre os alimentos. Com o IGP-M ainda no campo negativo, é possível que agosto registre mais uma vez uma inflação próxima a 0%, com nova redução no acumulado de 12 meses do IPCA. Os analistas de mercado consultados pelo Banco Central já reduziram novamente sua previsão de inflação (IPCA) para o final do ano, apontando para um índice na casa de 6,2%, podendo inclusive chegar próximo a 6% a depender dos dados dos próximos meses. Esta queda expressiva nas expectativas pode abrir espaço para um reajuste dos combustíveis ainda este ano, retirando uma fonte de pressão inflacionária para o ano de 2015. Aparentemente, as preocupações com o descontrole inflacionário saíram de pauta com os novos resultados econômicos, tomando o seu lugar um debate equivocado sobre recessão na economia brasileira, que só tem fundamento caso se leve em conta apenas os dados do segundo trimestre do ano, absolutamente prejudicados pelo menor numero de dias úteis devido à Copa do Mundo. Os dados de atividade de agosto já apontam para uma recuperação forte frente a julho, o que aponta para um cenário de crescimento positivo no terceiro trimestre de 2014, afastando qualquer debate sobre recessão no Brasil.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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