O índice de brasileiros em situação de pobreza multidimensional caiu 22,5% em seis anos, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Relatório dessa organização (Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades e Reforçar a Resiliência) mostra, através do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que, entre 2006 e 2012, a fatia da população próxima à pobreza multidimensional caiu de 11,2% para 7,4%. A proporção de pessoas em situação de pobreza multidimensional severa passou de 0,7% para 0,5% na mesma comparação.
O IPM considera indicadores de saúde (nutrição e mortalidade infantil), educação (anos de estudo e taxa de matrícula) e a qualidade do domicílio (gás de cozinha, banheiro, água, eletricidade, piso e bens duráveis) e usa, no caso do Brasil, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir desses dados, mede a quantidade de pessoas privadas dessas características e qual o índice dessa privação, caracterizando-as em próximas à pobreza multidimensional ou atingidas por severa pobreza multidimensional. No Brasil, segundo o relatório, a quantidade de pessoas no país atingida pela pobreza multidimensional é menor que a quantidade de pessoas atingida pela pobreza de renda (renda menor que US$ 1,25 por dia), ao contrário da maioria dos países, o que mostra que o acesso à renda no país é mais precário que o acesso à educação e à saúde e reforça o argumento da necessidade das transferências de renda.
No entanto, o relatório também afirma que há hoje, em todo o mundo, um sentimento generalizado de precariedade quanto aos meios de subsistência, à segurança pessoal, ao ambiente e à política mundial e que grandes conquistas em aspectos cruciais do desenvolvimento humano rapidamente poderiam ser colocadas em cheque. Além dessa insegurança, hoje, no mundo, mais de 1,2 bilhão de pessoas vivem com menos de US$ 1,25 por dia e 1,5 bilhão de pessoas vivem em pobreza multidimensional, de acordo com o relatório. Nesse cenário, o relatório trata o caso do Brasil de forma muito positiva e aponta nosso país como exemplo de boas medidas na área de desenvolvimento humano, como com o Bolsa Família, que reduz a pobreza extrema, e com o crescimento do consumo dos 40% mais pobres da população brasileira acima do consumo da população como um todo entre 2005 e 2010.
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