Por Jefferson Lima

A Juventude do PT vem construindo um processo vitorioso de organização dos jovens no partido. A partir dos desafios definidos no nosso II Congresso, chegou a hora do mais importante que é colocar a pauta da juventude no centro da política das eleições de 2014

Em 2014, completou 50 anos do Golpe Civil-Militar de 1964. Realizamos diversas ações, atividades, plenárias, fóruns regionais  ao longo deste ano, mobilizando jovens em todos os estados do país e no Festival Nacional #AldeiasDaJuventude qualificado, com um alto nível de debate político, de mobilização, de formulação e animação da militância, foi central pra impactar a percepção da nossa presidenta Dilma, que esteve presente no ato político, sobre a importância deste segmento para aprofundar as transformações em curso no país, fazendo da juventude um dos temas prioritários nas eleições deste ano. A construção de todo festival foi um momento de diálogo com as juventudes que seguem mobilizadas em nosso país, na luta por mais avanços. Conseguimos articular cultura, arte e política, não apenas como fazer artístico ou tão somente instrumento auxiliar da linguagem política, mas com o campo simbólico estratégico de construção de um projeto nacional.

O Brasil vive desde a eleição do presidente Lula um processo de mudanças no país, principalmente em relação aos jovens. No entanto, só o processo iniciado não é suficiente. Precisamos no próximo período, superar herança maldita do neoliberalismo. Temos que ter a capacidade de apresentar para a sociedade as mudanças que já efetivamos, mantidas e aprofundadas pela presidenta Dilma, bem como reforçar o debate ideológico e programático.

Como bem afirma as diretrizes aprovadas pelo conjunto da Juventude do PT, no Festival nacional e também as diretrizes gerais do PT, aprovadas no 14° encontro nacional, chegou a hora de Um Novo Ciclo de Mudanças no país, através das principais reformas para o Brasil. As contribuições dos jovens petistas ao texto de Diretrizes do Programa de Governo, “Reafirma que as manifestações de 2013 e a vontade de mudança que as pesquisas apontam nos dias de hoje são expressões da saudável metamorfose pela qual o país vem passando. Apontando, especialmente, a necessidade de ampliar as políticas relacionadas com 50 milhões de jovens brasileiros e brasileiras”

Não vivemos ainda no Brasil uma democracia consolidada. Sempre estamos sobre ameaças de setores conservadores que se organizam cada vez mais para derrotar todos os nossos avanços obtidos nos últimos 12 anos de governo do PT. Esse é o momento de consolidar os avanços e aprofundar o novo ciclo de mudanças através das necessárias reformas estruturantes, principalmente a Reforma Política e a Democratização dos Meios de comunicação. Para isso é necessário um amplo diálogo social, cultural, político com os setores progressistas e um amplo apoio popular para efetivação das principais reformas estruturais.

O que está em jogo é a disputa ideológica. De um lado, um governo progressista liderado pelo PT, que transformou a vida do povo brasileiro. Do outro lado, as forças neoliberais que querem voltar a governar o Brasil e colocar toda pauta do retrocesso e acabar com os avanços que foram implementados durante esse período.

Neste sentido o apoio da maioria da população ao nosso projeto, só será viável se conseguirmos apresentar um conjunto de mudanças necessárias para o conjunto do povo. Trata-se de uma iniciativa que levará o Brasil a um novo ciclo histórico e não apenas de desenvolvimento. É preciso fazer uma análise social desse novo país e aprofundar nosso debate conceitual, principalmente com a nova classe trabalhadora de qual país queremos a médio e longo prazo.

Na convenção nacional do PT, a presidenta Dilma apresentou o Plano de Transformação Nacional que está embasado em quatro grandes reformas: política, federativa, urbana e dos serviços públicos. Essas transformações não são promessas de eleição, elas já começaram a ser implantadas pelos governos do PT.

Existe uma possibilidade enorme de se avançar e de o Brasil dar um passo mais largo no sentido de ampliar seus canais democráticos. Para isso, é necessário passar a entender a política de forma dialógica, e não analógica. É preciso ampliar o diálogo utilizando instrumentos das ruas e das redes. Há uma nova gramática dos movimentos que precisa ser incorporada pela política tradicional. Uma nova gramática muito mais horizontal e plural.

Além disso, construir uma agenda positiva e ações de impacto na campanha é fundamental para que o tema juventude não seja só pauta de discurso. Discurso esse que deve ser cada vez mais incorporado na campanha pela coordenação, marketing e pela nossa presidenta Dilma. É preciso fazer com que a Juventude se identifique ainda mais com a política e com a luta de seu povo, estando lado a lado do PT e dos movimentos sociais na construção de um país mais justo.

Uma questão fundamental para êxito na campanha será o de articular e ampliar nosso diálogo com os mais de sete milhões de jovens e estudantes beneficiados por programas como o Pronatec, o ProUni, os jovens negros que adentraram nas universidades através das cotas, os 100 mil estudantes do Ciência sem Fronteiras e vários outros que vão ser incluídos depois da aprovação dos 75% dos royalties do petróleo e do 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação.

É importante apresentamos para o conjunto da sociedade uma nova política de Segurança Pública, que fortaleça a formação em direitos humanos para as forças de segurança pública, que aprove o fim dos Autos de Resistência, e do genocídio da juventude negra, e uma nova política de drogas que busque a aprovação do marco legal que descriminaliza os usuários de drogas e garante o uso medicinal e recreativo. É fundamental e cada vez mais necessário combater a repressão às manifestações sociais e ampliar o diálogo pela desmilitarização das polícias. Nessa conjuntura estaremos reforçando com os jovens que estão sendo beneficiados pelas conquistas do Estatuto da Juventude e pelo Plano Juventude Viva, em especial a Juventude Negra, as Jovens Mulheres, jovens rurais, movimentos religiosos, trabalhadores, etc., e envolve-los no debate do programa e na estratégia de campanha.

Entendemos que é importante aproveitar o momento propício para discutir com a juventude os problemas, os anseios e o que pensam, a partir de sua diversidade. Neste sentido o investimento em cultura e o estimulo a produção cultural, artística e simbólica é estratégico para promover a diversidade e o respeito, bem como a valorização dos conhecimentos dos povos e comunidades tradicionais e o fortalecimento das culturas populares. Para avançar neste ponto é necessário o fortalecimento das políticas de editais para projetos de juventude e cultura e a criação do vale cultura para a juventude.

Outro ponto central é a rearticulação dos partidos aliados para fortalecer uma agenda conjunta e envolvê-los na construção da campanha. É necessário o envolvimento muito forte dos estados e municípios, através de ações que mobilize as juventudes, através de espaços que envolvam os movimentos, organizações locais e os demais partidos em todo Brasil.

A campanha têm que acontecer no convívio social de cada segmento de juventude; propõe-se a partir dos setoriais onde atua a juventude, desdobrar na criação de ações nos bairros, cidades, escolas, universidades, locais de trabalho e de acordo com as bandeiras e movimentos onde atua a juventude, com a realização de encontros estaduais e a organização de comitês locais de juventude pró-Dilma nos municípios.

Este conjunto de desafios não se efetivarão se não viabilizarmos as condições necessárias na campanha. Desta forma além de garantirmos uma campanha de juventude vitoriosa nestas eleições, fortaleceremos a organização da juventude em todo Brasil.

Jefferson Lima é secretário nacional de Juventude do PT

Publicado originalmente em www.pt.org.br