Perspectivas do 5º Congresso: O PT deve fazer uma revisão interna
A mesa das Perspectivas do 5º Congresso abriu os debates do evento desta sexta-feira (13), para desenvolver o conjunto de temas de maior relevância para a reflexão interna do Partido dos Trabalhadores
Por Janary Damacena
A mesa foi composta pelo deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), pelo assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, além da deputada federal Fátima Bezerra (PT-RN) que conduziu os trabalhos. Tanto a fala de Marco Aurélio quanto do deputado Berzoini são um aprofundamento de pontos fundamentais do Texto de Contribuição ao Debate, não se tratando de um resumo do documento.
De acordo com Marco Aurélio, o Congresso deve ser uma oportunidade para fazer uma revisão do PT. “Os partidos mais importantes de esquerda, que tiveram muito mais gravitação do que nós no âmbito internacional, quando não fizeram reflexão sobre os seus problemas internos, terminaram sofrendo um processo de degeneração. Nós não podemos passar por esse processo, temos que dar conta de fazer um exame muito claro, dar um peso maior para a reflexão” explicou.
O partido não é uma academia, avaliou Aurélio. “E a política não se deduz das ideias, mas não existe política sem ideias e quando há politica sem ideias, o que predominam são os interesses pessoais. Outro ponto fundamental é compreender que não somos mais um partido de oposição, somos um partido de governo e temos duas tarefas fundamentais que podem ser muito difíceis de compatibilizar: apoiar o governo e empurrar o governo para que vá muito mais na direção dos seus programas” afirmou.
A ideia foi reforçada pelo deputado Ricardo Berzoini, quando explicava que o partido precisa responder à questões como o combate à violência (principalmente de jovens negros), melhoria na saúde e educação, reorganização da infraestrutura urbana por todo o país e criar processos de aperfeiçoamento do sistema financeiro.
“O partido tem de responder essas questões através do seu programa de partido, que não é necessariamente um programa de governo, pois este tem suas circunstâncias e contradições típicas da coalizão. O partido não pode ficar a reboque do governo, porque o governo é um ente com peculiaridades e o partido é outro ente, claro que temos que apoiar o governo, ajudar a construir o governo, mas não podemos deixar de pensar em relação às nossas teses mais estratégicas que para além do fato de sermos governo ou oposição”, concluiu Berzoini.
Publicado originalmente no Portal do PT