Estrutura agropecuária atual produz impactos ambientais consideráveis nos últimos anos

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A publicação sobre sustentabilidade ambiental ainda em construção tem coordenação de Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA). A proposta de Andreu é de incluir o debate ocorrido no Fórum FPA na publicação.

Entre os colaboradores, Samira Crespo, presidenta do Instituto Botânico, fez sua exposição historiando o processo em que o Brasil passou a pensar políticas públicas em meio ambiente. “Do ponto de vista do capitalismo, nunca houve no horizonte situação tão favorável ao consumo como o atual momento, com a incorporação massiva de novos consumidores ao mercado, principalmente nos países emergentes”.

Porém, segundo Samira, “não nos preparamos para lutar contra esse padrão de consumo. Quem faz isso o mercado. Caso o mundo continue a perseguir o modelo de consumo dos Estados Unidos, a vida no mundo ficará inviável. Os governos já entenderam isso.”

Egon Krakhcke ex-secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável no MMA, assessor na ANA fez sua exposição sobre a transição da agropecuária para a sustentação ambiental. Segundo Krakhcke , a estrutura agropecuária contempla um relato de aspectos de impactos ambientais nos últimos anos. “O modelo de desenvolvimento se caracterizou pelo modelo predatório”.

Para Krakhcke, a agropecuária tem dado uma resposta relativamente razoável. “O impactos ambientais da questão agrícola são o avanço predatório sobre os biomas, alta contribuição para as emissões de gases, mudanças climáticas e perda de biodiversidade. O modelo de expansão manteve e também agravou a concentração de terra. Não serviu ao interesse da maioria”, disse.

O secretário de Meio Ambiente do PT, Julio Barbosa, que é o responsável pelo tema “Sustentabilidade e sociedade” na publicação da Fundação Perseu Abramo colocou como desafio ao grupo a concepção de sustentabilidade vinculada à sociedade brasileira, latinoamericana e mundial. Segundo ele, “existe uma distorção da concepção de sustentabilidade colocada pela Rede, definida na visão de um sonho, uma utopia, defendida por Marina Silva. Já o PT tem a responsabilidade de governar não pode se guiar pelo sonho, mas a partir da realidade.”

Vicente Andreu, como presidente da ANA, trouxe para o debate a água, uma vez que considera que o Sistema Nacional de Recursos Hidrícos apresenta sinais de esgotamento que a legislação não tem dado conta. Andreu chamou a atenção para o fato de na discussão do Código Florestal ausência da sociedade das cidades na discussão. Ele também se mostrou crítico à maneira como é relação entre a água e a questão ambiental. “O sistema ambiental enxerga a água como apenas mais um elemento. É preciso compreender esses dois sistemas.”