Dilma defende espionagem preventiva da ABIN e a diferencia de ação dos EUA.

 

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Dilma defende espionagem preventiva da ABIN e a diferencia de ação dos EUA: Com a revelação de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria espionado diplomatas da Rússia, Iraque e Irã no Brasil, a presidenta Dilma Rousseff veio a público diferenciar a ação dos espiões brasileiros daquela praticada pela NSA (agência de segurança nacional dos EUA) contra brasileiros(as) e pessoas de todo o mundo. Segundo Dilma, a ação da Abin realizou, entre 2003 e 2004, operações de “contraespionagem”, dada a suspeita de que os diplomatas e representantes destes países estariam interferindo em negócios públicos e privados no Brasil. A espionagem da Abin deu-se, ainda segundo a presidenta, dentro da lei, por ter sido praticada dentro do território nacional e não violar a soberania de outras nações. Diferente da espionagem realizada pela NSA, não teria havido invasão da privacidade dos(as) cidadãos(ãs), o que segundo Dilma deve ser visto como uma verdadeira violação dos direitos humanos.
Comentário: A tentativa de parte da imprensa e dos analistas de igualar a espionagem brasileira sobre diplomatas estrangeiros praticadas em território nacional, com a espionagem americana sobre cidadãos e autoridades políticas praticadas mundo afora, padece de capacidade de diferenciação. Evidentemente a prática de espionagem é generalizada, sendo realizada pela maioria dos países e, inclusive, regulada por sua legislação.  O questionamento internacional às atitudes da NSA, liderada pela posição firme da presidenta Dilma na Assembleia Geral da ONU, decorre do fato dela ter extrapolado qualquer limite ético ou legal para praticar espionagem (inclusive espionagem industrial em benefício de empresas privadas americanas) contra países considerados aliados. Neste sentido, a proposta de Dilma de criação de um marco civil global para a internet (fonte principal das críticas à ação de espionagem norte-americana) é um avanço no cenário internacional, tendo recebido apoio implícito de diversos países que tiveram sua soberania violada. Para conduzir tal campanha, no entanto, é de fundamental importância que se aprove aqui no Brasil um Marco Civil da Internet, que preserve a privacidade dos(as) usuários(as), ao mesmo tempo em que garanta a neutralidade da rede e a livre circulação de conteúdos.
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IPCA fecha outubro em 0,57%, abaixo das expectativas do mercado:O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de outubro divulgado hoje, 7, pelo IBGE confirma uma aceleração do indicador, que passou de 0,35% em setembro pra 0,57% em outubro. A alta, no entanto, ficou abaixo da média das expectativas dos analistas de mercado, que esperavam uma elevação de preços de 0,60% no período. No ano, a inflação já acumula alta de 4,38%, enquanto no acumulado de 12 meses a alta equivale a 5,84%. O destaque negativo ficou por conta dos grupos de alimentação (alta de 0,14% em setembro, para 1,03% em outubro) e vestuário (0,63% para 1,13%). Calcula-se que 44% da alta total do IPCA, ou 0,25% dos 0,57% totais, decorrem do aumento de preço dos alimentos.

Comentário: O resultado do IPCA de outubro foi particularmente impactado pelo aumento dos preços no atacado iniciados em julho, decorrente por sua vez da desvalorização cambial. Os IGPs e IPAs (índices de preço no atacado) de julho até setembro mostraram aceleração que em algum momento se transfeririam para os preços no varejo, medidos pelo IPCA. É possível se verificar, por exemplo, que as maiores altas ocorreram em grupos de produtos que sofrem mais com o impacto da desvalorização cambial, por serem commodities (alimentos) e setores altamente importadores (vestuário). De qualquer forma, o resultado é positivo e aponta para o controle do processo inflacionário, dada a manutenção do acumulado de 12 meses do IPCA, abaixo do verificado ao final do ano passado. Além disso, o mês de outubro registrou forte desaceleração nos índices de inflação no atacado, o que aponta para o arrefecimento das pressões inflacionárias no varejo para os próximos meses. Na ausência de novos choques de preços (como, por exemplo, a alta no preço dos combustíveis) é de se esperar que este ano se registre uma inflação menor do que a verificada no ano passado.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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