Nos últimos dez anos a taxa nacional de pobreza caiu 65,9%, e a de extremamente pobres caiu 61,1% no mesmo período, aponta publicação da FPA

Com a trajetória dos avanços sociais consideráveis obtidos nos últimos dez anos, e pelo ritmo de redução da pobreza extrema, o Brasil está próximo a se tornar – pela primeira vez em toda a sua história – um país livre da miséria. Nos últimos dez anos a taxa nacional de pobreza caiu 65,9%, pois deixou de representar ¼ de todos os brasileiros, em 2003, para responder por 8,5% da população, em 2012. Para os extremamente pobres, a taxa nacional reduziu-se em 61,1% no mesmo período de tempo.

Os números são os resultados da oitava edição do FPA Comunica da Fundação Perseu Abramo (FPA), lançado nesta quarta-feira, 23, que tem por base informações oficiais geradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

FPA Comunica 8: taxa nacional de pobreza do país caiu 65,9%

A publicação busca antecipar alguns dos resultados decorrentes das investigações realizadas por estudiosos e colaboradores, sendo dividida em duas partes: a primeira voltada à descrição da evolução das taxas nacionais de pobreza e extrema pobreza nos último dez anos no Brasil; e a segunda comprometida com a apresentação do perfil dos pobres e extremamente pobres que restam a ser superados.

Como extremamente pobre, considera-se o individuo cujo rendimento médio per capita domiciliar alcança, no máximo, a 70 reais mensais, enquanto pobre seria toda aquela pessoa com rendimento médio per capita domiciliar de até 140 reais mensais.O indicador de correção anual do indicador de pobreza foi deflacionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no período considerado. Neste FPA Comunica antecipa-se resultados de pesquisas e estudos desenvolvidos por pesquisadores e estudiosos colaboradores.

No ano de 2012 o Brasil registrou 6,8 milhões de pessoas extremamente pobres e 16,7 milhões de indivíduos pobres. Tanto para os miseráveis como para os pobres percebe-se maior concentração de pessoas na faixa de 20 a 39 anos de idade. Nos extremos da distribuição etária o peso relativo da pobreza é menor, sobretudo para os brasileiros de 60 anos e mais de idade.

Em relação à escolaridade, no caso dos pobres e extremamente pobres nota-se pesos relativamente irrisórios para quem se encontra no nível de formação universitária. Destaca-se que em relação aos brasileiros sem instrução, quase 1/3 do total de pobres e extremamente pobres encontram-se localizados neste nível de escolaridade.

Estes e outros dados estão disponíveis no FPA Comunica 8, que pode ser baixado aqui, ou no ícone ao lado deste texto.

Consulte a série de estudos sobre Pnad publicada:

Pnad: estados mais ricos, como SP, MG e PR, elevaram desigualdade de renda em 2012

FPA Comunica 6 analisa queda da pobreza no Brasil no último decênio

FPA Comunica 7 avalia mudança no perfil da pobreza brasileira entre 2002 e 2012