O resultado da última pesquisa CNI/Ibope realizada em todas as regiões do Brasil deu 63% de ótimo e bom para o governo Dilma e apenas 7% de ruim e péssimo. Se a grande mídia brasileira expressasse a opinião da maioria do povo não bateria tanto no governo dela, como faz. É que as grandes redes de TV e rádio, e os jornalões, expressam a opinião dos setores ricos da sociedade, a maior parte deles na faixa dos 7% descontentes.

Até hoje a chamada grande burguesia nacional e internacional não apoia os governos do PT e governos semelhantes na América Latina, que se caracterizam por desenvolvimento com distribuição da renda, com democracia, com promoção da consciência popular de seus direitos igualitários. Pois é da natureza de quem é rico fixar-se na idéia de que cada um tem que se virar e que apenas a vontade e garra pessoal leva a subir na vida. Boa parte deles já nasceu em berço privilegiado, o que facilitou decisivamente sua ascensão. Quem não teve essa origem é caso à parte, que, por ser exceção, não pode ser adotada como regra para toda a sociedade. Eles acham que são perdulárias ou inflacionárias as políticas governamentais de distribuição da renda, de benefícios sociais, de reforma agrária, de valorização dos salários acima da inflação, de gastos com aposentadoria. Eles preferem o corte de gastos nestas áreas. Eles preferem juros altos para ganhar no cassino financeiro. Preferem desonerações de tributos para eles e tem horror a um imposto sobre grandes fortunas.

Ao contrário do que pensa a minoria contrariada com os governos Lula e Dilma, a história tem demonstrado que distribuir renda, dar atendimento público e gratuito de educação e saúde, garantir uma moradia saudável, faz com que as pessoas de origem pobre, que são a maioria, tenham oportunidade de mostrar seu valor pessoal, que se assim não for, fica estrangulado.

A pesquisa mostrou que a aprovação de Dilma é sobretudo a aprovação deste tipo de governo distributivista e social. Tanto que 61% dos entrevistados acham este governo igual ao de Lula. Os outros se anulam: 20% acham que é melhor e 18% acham que é pior.

Uma boa notícia é que a aprovação da saúde pública subiu de 25% para 32%.  E se a pesquisa fosse feita apenas entre os usuários do sistema público o resultado seria melhor. Mostra que o povo tem que continuar pressionando por aquilo que ele quer. Na educação, a aprovação subiu de 43% para 47%. Outra área decisiva para o futuro do povo brasileiro.

Haverá um dia em que teremos mais liberdade para a maioria se expressar neste país. Este é um déficit democrático em nossa sociedade. Para chegar a isso temos que quebrar monopólios, diversificar a propriedade e as tendências de grandes meios de comunicação de massa, inclusive robustecer os meios estatais e os meios comunitários e coletivos de divulgação. Sem abafar o senso crítico na sociedade, abrigar as diferentes opiniões de uma maneira equilibrada.

Elói Pietá é membro do Diretório Nacional do PT e ex-prefeito de Guarulhos/SP