Governança Metropolitana: Evento é encerrado com mesa sobre políticas para a saúde e sustentabilidade
A mesa “A Política Setorial e a Agenda Metropolitana. Novas perspectivas para a inovação”, quarta e última do Seminário Governança Metropolitana, discutiu as cidades sustentáveis e o alto custo com que a concentração dos investimentos e serviços no centro tem onerado a cidade.
A mesa “A Política Setorial e a Agenda Metropolitana. Novas perspectivas para a inovação”, quarta e última do Seminário Governança Metropolitana, discutiu as cidades sustentáveis e o alto custo com que a concentração dos investimentos e serviços no centro tem onerado a cidade.
Alexandre Padilha, ministro da Saúde, acredita que existe hoje uma base real para desconcentrar polos urbanos. “Estamos em um momento positivo. Nenhum município sozinho tem condições de prover as condições para prover aquilo que está estabelecido na Constituição, que é o direito à saúde”.
Segundo o ministro, a Saúde tem dois grandes desafios. “Primeiro, precisamos reorganizar o conjunto de serviços que são a principal porta de entrada para o SUS é o grande desafio. Você precisa ter um conjunto de modelos diferentes. Segundo, precisamos tratar os temas contemporâneos que impactam a realidade do país e são mais frequentes nas regiões metropolitanas, como a obesidade, por exemplo. Metade da população brasileira está acima do peso, e 15% é obesa. Ter atividade física é exclusividade de quem tem acesso a academia particular ou a parques muito bem cuidados, que são aqueles que estão no centro”.
De acordo com ele, o Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de prover saúde pública gratuita para todos. “Para atender esse desafio, é preciso inundar as faculdades com alunos da periferia e da classe C. Nós vamos fazer um grande estímulo para a criação de faculdades de medicina nas regiões metropolitanas”.
O deputado federal José de Filippi acredita que uma cidade sustentável prioriza o transporte público e não o motorizado. “O desafio da Zona Leste é levar um Uruguai para trabalhar no centro de manhã e depois trazer esse Uruguai de volta para casa à noite”. Segundo ele, na última década, a cidade de São Paulo construiu uma média de 2,2km de metrô/ano. “O metrô de São Paulo não é metropolitano de verdade, nem chega a sair da cidade de São Paulo. A proposta [do governo atual] até 2030 não prevê nenhum transporte de alta capacidade até Guarulhos. Quase 22% do PIB brasileiro está na região metropolitana de São Paulo. Ela não pode ser tratada assim”.
Nabil Bonduki, professor de Planejamento Urbano da USP e secretário nacional de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, defende que metrópole parte do pressuposto que existe uma polarização exercida por uma cidade central, a metrópole. “São Paulo e Rio são as regiões metropolitanas stricto sensu, além disso, existem metrópoles regionais. Nós temos um caminho muito grande pra trilhar no país, para repensar essa estrutura territorial e avançar nas políticas públicas do país”.
(Com informações do Instituto Lula)
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