O novo líder do PT na Câmara para o ano de 2012, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), afirmou que a bancada continuará defendendo o governo e as políticas de estímulo ao crescimento econômico e a distribuição de renda implementadas pela presidenta Dilma Rousseff. Em relação à agenda legislativa, o novo líder destacou entre as prioridades a votação do Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos (Funpresp), da Lei Geral da Copa, o Código Florestal e a questão dos royalties do petróleo. Tatto ressaltou ainda que outros assuntos de interesse histórico do PT não serão esquecidos, como é o caso da PEC do Trabalho Escravo e da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Leia, abaixo, íntegra da entrevista concedida pelo novo líder ao Informes.

Informes – Quais são as prioridades da bancada para 2012?
Jilmar Tatto – Primeiro, vamos defender o governo e todas as políticas que estão sendo implementadas no país pela presidenta Dilma. Essas são políticas que estimulam o crescimento econômico, combatem a pobreza, garantem recursos para a educação e atuam no controle da inflação. Também temos uma agenda eleitoral, uma vez que este é um ano de eleições. Queremos fortalecer o nosso partido, elegendo muitos prefeitos e vereadores. E, ainda, a agenda legislativa. Enquanto bancada, vamos trabalhar para aprovar a PEC do Trabalho Escravo, as 40 horas semanais e temas pendentes como os royalties do pré-sal, o Código Florestal, além das medidas provisórias que ainda não foram votadas.

Quais assuntos têm mais urgência?
Temos várias medidas provisórias que estão ou podem trancar a pauta da Câmara. Entre elas está a PEC que beneficia as pessoas com necessidades especiais, e a que trata da previdência complementar para os futuros servidores públicos, o Funpresp. Temos ainda a Lei Geral da Copa, o Código Florestal, a Lei Geral da Copa e outros assuntos que podem ser pautados na reunião do Colégio de Líderes.

A bancada do PT tem posição firmada em relação às reformas política e tributária? As duas esperam há anos serem votadas na Câmara, mas ainda não foram por falta de consenso entre os partidos. Como o senhor vai conduzir a bancada nestas negociações?
Apesar de ainda não existir consenso sobre a reforma política, nós não vamos tentar pautar os outros partidos nem vamos nos deixar pautar pelo que eles defendem. Vamos continuar fazendo o debate politico na Casa, visando a aprovação desse tema. Sobre a reforma tributária, vamos lutar pela proposta apresentada hoje pela bancada, principalmente sobre os itens que tratam da taxação das grandes fortunas e o que reduz a desigualdade social, via tributação mais justa.

Qual vai ser a posição da bancada na votação de temas polêmicos como o Código Florestal e os royalties do petróleo?
Apesar desses temas serem delicados e polêmicos, é muito importante a aprovação deles. No caso do Código Florestal, votado anteriormente na Câmara e que agora volta novamente à Casa depois de ser aprovado no Senado, vamos negociar com o governo e a base aliada para encontrarmos um entendimento que permita a aprovação da matéria. Essa é uma lei que consolida o desenvolvimento sustentável do país a longo prazo, e é sobre esse prisma que vamos debater este assunto. No caso dos royalties é a mesma coisa. Não é um caso de disputa de um estado com outro e, sim, uma questão de desenvolvimento nacional, sobre o que desejamos para o futuro do país.

Como vai ser, sob a sua coordenação, a relação da bancada com o governo Dilma e os outros partidos da base, neste ano que também é de eleições municipais?
Será um relacionamento de total harmonia e muita conversa. Não haverá divergências. Pode até acontecer de termos visões diferentes de apoio ao governo, mas vamos construir uma relação harmônica com os líderes da base, e será dessa maneira que vamos atuar.