O novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, que assumiu ontem (1º) o cargo, pretende dar um impulso à segurança alimentar, aumentando o apoio da instituição aos países mais pobres com déficit alimentar, especialmente os que sofrem com crises prolongadas.

 

“Criaremos equipes que agrupem as capacidades da organização no assessoramento sobre políticas, planejamento de investimentos, mobilização de recursos, respostas de emergência e desenvolvimento sustentável”, disse Graziano em nota divulgada pela FAO.

Segundo ele, a erradicação da fome não deve se desligar dos outros desafios mundiais, como a recuperação das economias nacionais, a proteção aos recursos naturais e a adaptação às mudanças climáticas.

A nota ressalta que cerca de 925 milhões de pessoas sofrem de fome crônica e muitos países estão longe de alcançar o primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que é reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, o percentual de vítimas da fome e da pobreza extrema.

Entre os pontos defendidos por Graziano durante sua campanha para o cargo, e reforçados na posse, estão a erradicação da fome, a produção e o consumo sustentáveis de alimentos, a gestão mais justa dos alimentos em nível mundial, a conclusão da reforma organizacional da FAO para melhorar sua eficácia e transparência, e a ampliação das alianças com a cooperação entre os países do Hemisfério Sul.

Graziano é o oitavo diretor-geral da FAO e sucede ao senegalês Jacques Diouf, que ficou no cargo de 1994 a 2011. O novo ocupante do posto dará sua primeira entrevista coletiva à imprensa amanhã (3). O brasileiro foi ministro de Segurança Alimentar do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi implantado o programa Fome Zero. Entre 2006 e 2011 esteve à frente da agência regional da FAO para a América Latina e o Caribe, sediada no Chile.