Antes de começarmos a falar em preservação ambiental devemos ter coragem de apontar o meio ambiente como uma questão de justiça social. Meio ambiente não está à parte da inclusão social, da humanização, da mudança dos valores de uma sociedade que tem infelizmente hoje, o foco central no mercado e no lucro.

Antes de começarmos a falar em preservação ambiental devemos ter coragem de apontar o meio ambiente como uma questão de justiça social. Meio ambiente não está à parte da inclusão social, da humanização, da mudança dos valores de uma sociedade que tem infelizmente hoje, o foco central no mercado e no lucro.

Para conseguirmos implantar medidas efetivas de preservação ambiental precisamos mudar a mentalidade do lucro fácil. Na visão que a maioria das pessoas tem hoje, não importa o que vai sobrar para a humanidade, importa que tenha de imediato dinheiro no bolso. Essa é um tipo de mentalidade que não cabe mais nos tempos modernos e democráticos onde temos um novo olhar generoso para o ser humano e para natureza.

Para revertermos essas certezas precisamos investir na educação ambiental e os jovens e estudantes tem papel de protagonismo nesta construção moderna. Acredito muito nessa juventude que vai apreendendo desde pequeno que o meio ambiente é necessário e fundamental para nossa vida e nossa subsistência. Queremos que a sociedade cobre ações efetivas nessa área, que os estudantes também cobrem: é preciso preservar o meio ambiente, fazendo a nossa parte.

Neste ano tivemos um grande embate na Câmara dos Deputados com a votação do novo código florestal. Nossa bancada começou uma nova mobilização para o aprofundamento e propostas de mudanças. Por isso participei e propus alterações ao texto original e através dessa intervenção conjuntamente com o Governo e Movimentos Sociais conseguimos colocar na proposta que foi em votação, questões muito importantes, como a diferenciação dos agricultores familiares e camponeses, a anistia da recomposição da reserva legal para os pequenos agricultores e a simplificação da averbação e do manejo da reserva legal para a agricultura familiar e camponesa.

Vamos continuar denunciando o desmatamento, apoiando os nossos pequenos agricultores e camponeses, defendendo com muita força a reforma agrária, nossos movimentos sociais, o meio ambiente. Acredito que é possível produzir alimentos com preservação ambiental. Nessa nova concepção de meio ambiente é preciso investir em políticas públicas que garantam o desenvolvimento sustentável das regiões e busque um desenvolvimento com baixo impacto ambiental, como a agroecologia.

Quem toma água somos nós, quem precisa da terra e da comida somos nós e somos nós que precisamos do ar para respirar. Temos que ter uma relação com a natureza baseada no amor, assim como uma mãe que cria um filho educando, impondo limites e ensinando o respeito a todos, precisamos tratar a natureza da mesma maneira.

Outro graves problemas brasileiros é com relação a destinação do lixo. O Brasil produz por dia mais de 183 mil toneladas de lixo urbano. Mais de um milhão de pessoas trabalham e sobrevivem da reciclagem desse lixo. Mesmo assim, grande parte dessa riqueza vem sendo desperdiçada. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil deixa de ganhar 8 bilhões de reais anualmente por não reciclarmos tudo o que é possível e o primeiro passo é começarmos a separar dentro de casa.

*Luci Choinacki é deputada federal (PT/SC).