Em entrevista ao Portal do PT, o secretário-executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, fez um balanço dos debates realizados e dos resultados alcançados durante o 16º Encontro do organismo internacional que foi realizado na semana passada em Buenos Aires.

Segundo Pomar, o encontro foi altamente positivo, pois contou com a participação de um grande número de delegados que representaram organizações políticas de todos os países latinoamericanos e caribenhos.

Em entrevista ao Portal do PT, o secretário-executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, fez um balanço dos debates realizados e dos resultados alcançados durante o 16º Encontro do organismo internacional que foi realizado na semana passada em Buenos Aires.

Segundo Pomar, o encontro foi altamente positivo, pois contou com a participação de um grande número de delegados que representaram organizações políticas de todos os países latinoamericanos e caribenhos.

Pomar abordou a participação do Partido dos Trabalhadores no encontro e falou também sobre a declaração final aprovada pelo Foro. O documento reafirma a consolidação da unidade das forças progressistas, populares e de esquerda, o aprofundamento do processo de mudanças em cada país e a aceleração do processo de integração regional com o objetivo de derrotar o contra-ataque das forças de direita na região.

Leia a íntegra da entrevista:

Qual é a avaliação da coordenação do Foro de São Paulo sobre o 16º Encontro realizado em Buenos Aires? O encontro superou as expectativas?

O XVI Encontro foi exitoso. Em primeiro lugar, porque contou com a participação de grande número de delegados, representando organizações de de quase todos os países latinoamericanos e caribenhos.Em segundo lugar, porque repercutiu positivamente na Argentina. Registre-se que estivemos com a presidenta Cristina Fernandez, com o secretário geral da Unasul Nestor Kirchner e com outros membros do governo argentino. Em terceiro lugar, porque aprovou resoluções políticas e organizativas que correspondem às necessidades do momento.

Como avalia a participação do Partido dos Trabalhadores neste encontro?

Comparecemos com uma delegação numerosa, representando a Fundação Perseu Abramo, a Juventude do Partido e a direção do PT. Coordenamos diversos grupos de discussão, entre os quais o de Cultura, o de Gênero e do Escolas e Fundações. José Eduardo Cardozo, nosso secretário geral, discursou no ato de inauguração do Encontro. Iriny Lopes, nossa secretária de relações internacionais, falou no plenário do encontro, contando sobre a situação político-eleitoral no Brasil. Lula mandou uma carta saudando o XVI Encontro. Enfim, acho que contribuímos para o êxito da atividade.

O documento final aprovado pelo encontro teve uma boa repercussão na mídia progressista. Faça uma análise breve sobre o conteúdo do documento e sobre as alternativas apresentadas para se fazer frente ao imperialismo norte-americano e ao neoliberalismo.

A declaração final do Encontro reafirma as principais idéias que estão no documento base: consolidar a unidade das forças progressistas, populares e de esquerda; aprofundar o processo de mudanças em cada país; acelerar o processo de integração regional; derrotar o contra-ataque das forças de direita. Além disso, a declaração final foi muito enfática no tema da paz, no mundo e na região. O Foro defende uma solução pacífica e negociada para o conflito na Colômbia e se dispõe a jogar um papel mais ativo para isto.

Especificamente na América Latina, o que mais preocupa o Foro de São Paulo, no que diz respeito à soberania dos povos e à consolidação da democracia na região?

O mais preocupante é a ingerência externa, especialmente dos Estados Unidos. A verdade é que o administração Obama não alterou, no que tem de essencial, a política dos EUA para a América Latina.

Outro ponto importante levantado nos debates foi sobre a democratização das comunicações. Qual é a posição do Foro sobre o assunto?

No fundamental, a mesma posição do PT, ou seja: é necessário democratizar. Se comunicação é poder, então este poder não pode ser controlado de maneira monopolista, por algumas grandes famílias e empresas privadas. Claro que isto provoca um medo pânico nos proprietários dos grandes meios e também em suas penas de aluguel, que acham "normal" que um patrão mande e desmande na redação, mas acham totalmente exótico que a sociedade estimule o pluralismo, impeça a propriedade cruzada e estimule produções regionais.

A intenção de alguns veículos da grande mídia brasileira de tentar ligar o PT e o próprio Foro às Farc chegou a ser abordada durante o encontro? O vice de Serra continua insistindo nessas acusações, como ocorreu nesta terça-feira durante um debate no Portal Uol.

Claro que não. O Foro estava preocupado em debater os caminhos para a paz na Colômbia. Expliquei isto para os jornalistas brasileiros que foram acompanhar o XVI Encontro, que aliás foi aberto à imprensa. As "acusações" feitas por Índio e por Serra mostra apenas que eles são bonecos de ventríloco dos interesses estadounidenses: não querem resolver a situação, não querem acabar com a guerra, querem apenas fazer manipulação midiática.