Nota de solidariedade a Fabio Konder Comparato e Maria Victoria de Mesquita Benevides
Em editorial publicado em 17/02, a Folha de S. Paulo ofereceu aos seus leitores posicionamento que leva à relativização da ditadura militar brasileira (1964-1985). Intitulado “Limites a Chavez”, o texto do jornal afirma que “as chamadas ‘ditabrandas’ – caso do Brasil entre 1964 e 1985 – partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”.
Tal argumentação levou à legítima mobilização de membros da sociedade civil. Entre estes, os professores Fabio Konder Comparato e Maria Victoria de Mesquita Benevides, que, em 20/02, enviaram ao jornal cartas repudiando o uso do termo e questionando a posição do jornal quanto às violações dos direitos humanos perpetradas durante o período.
À manifestação dos professores, a Folha de S. Paulo respondeu de modo arrogante e ofensivo, qualificando como “cínicas e mentirosas” as ideias expressas por Comparato e Benevides em suas cartas à redação.
A ofensa e a o posicionamento do jornal pautam a carta de solidariedade publicada abaixo:
Caro companheiro Fabio Konder Comparato, e cara companheira Maria Victoria Benevides,
Expressamos nossa total solidariedade ao companheiro e à companheira das lutas democráticas nesse momento em que a Folha de S.Paulo, numa infeliz tentativa de reescrever nossa história, os ofende e ofende os ideais que levaram uma geração de brasileiros a lutar pela democracia no país. Não só nos solidarizamos, como também reafirmamos nosso apoio às ideias expressas nas suas cartas ao jornal.
Nilmário Miranda, Zilah Abramo, Elói Pietá, Selma Rocha, Iole Ilíada, Flávio Jorge, Paulo Fiorilo e demais amigos da Fundação Perseu Abramo
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